Sexo e amor

A constituição sexual do homem está orientada para a paternidade. E a paternidade é fruto do amor. O acto sexual não é um simples meio para a procriação, mas tem de expressar corporalmente toda a ternura do amor que uma mulher necessita. Devia perguntar-se se, o ambiente e a imagem do homem e da mulher que oferecem os meios de comunicação, permite ao homem viver o seu próprio sexo como instrumento e expressão da delicadeza e ternura próprias de um amor total.

Porque o sexo do homem é o veículo para transmitir o seu amor à mulher com a qual unirá a sua vida, é com o seu corpo que terá de exprimir a plenitude da sua entrega enamorada. Ora, a imagem que muitos homens têm do sexo não é precisamente a do veículo para expressar o terno e profundo amor à mulher amada.

A influência do ambiente faz que, na experiência de muitos homens, a imagem do enamoramento e da ternura esteja dissociada da imagem corporal do seu sexo. E isso dá que pensar. Porque não se pode pedir outro corpo, quando se quiser amar com ternura e profundidade. Sexo e amor são, de per si, duas faces da mesma realidade. Quando a experiência comum é a de desagregação podemos garantir que se introduziu um factor de corrupção na imagem social da sexualidade.

O sexo do homem está feito para expressar a ternura do amor. Dito assim, choca. E esse choque faz-nos reflectir sobre o sentido pleno do sexo e sobre o modo pelo qual o homem há-de cuidar e viver o próprio corpo. Há-de ser um corpo que saiba amar, que sirva para expressar a entrega plena e total da própria pessoa, que saiba ser terno e forte ao mesmo tempo, que saiba expressar corporalmente os matizes profundos e delicados de uma alma enamorada. Mas isso será impossível se a imagem habitual do próprio sexo não é a de instrumento de amor. Uma alma enamorada tem algo de artista. E necessita de um corpo que seja instrumento bem afinado, para poder expressar toda a riqueza do seu amor.

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